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Floresta encantada / Créditos: Joyce Pascowitch
Esses dias aqui entre Tokyo, Naoshima e Kyoto, tenho pensado muito nisso: emoções, privilégios, agradecimentos. Essa distância imensa faz a gente olhar as coisas de uma outra maneira, com mais tempo, mais calma, com o olhar mais apurado. O Japão não fica apenas do outro lado do mundo: ele parece completar o Brasil, em alguma forma, no que temos de mais frágil, ao mesmo tempo, que nós, brasileiros, com nossa alegria e nossa maneira de encarar a vida também trazemos algo que eles não têm e nem conseguem ter. Completamos eles hipoteticamente no que lhes faz mais falta. Aqui, é tudo organizado, programado, tudo funciona muito bem. É bom? Sim, é ótimo, mas trocar uma coisa pela outra…há controvérsias. Enquanto fico divagando sobre meus sentimentos nessa temporada tão longe de onde eu vivo, compartilho com vocês alguns dos momentos mais fortes desta viagem: um passeio pela floresta de bambus, em Kyoto. Para quem já gosta de aterrissar em Salvador e atravessar aquele bambuzal no aeroporto, aqui vai minha homenagem. Para os outros, também: fotos e a emoção de passar por esse caminho tão único, ouvindo as folhas se mexendo, num som extremamente sutil. Só tenho a agradecer o privilégio de poder estar aqui, agora. Ah, este texto foi escrito numa viagem de trem-bala, o Shinkansen, entre Kyoto e Tokyo.
Ilustração: Maria Eugenia
Várias expressões ligadas à saúde mental viram tendência nas redes sociais, como por exemplo "gaslighting", "tóxico" e "gatilho". Agora é a vez de “overstimulated”, ou seja, "superestimulado" em português. Se você já viu alguém nas redes sociais dizendo que está superestimulado por um final de semana cheio de compromissos ou um supermercado lotado de opções, saiba que esse termo virou uma forma comum de expressar exaustão e sobrecarga. Mas será que todo mundo está realmente passando por isso? Na prática, a superestimulação acontece quando o cérebro recebe mais informações do que consegue processar. E isso pode ser causado por barulhos, som alto, luzes fortes... Eu explico: o que acontece é que o sistema nervoso fica sobrecarregado, tornando os estímulos muito mais intensos do que realmente são. Isso é diferente da sensação de estar sobrecarregado emocionalmente, que está mais ligado ao estresse ou à ansiedade. Quer saber se você está realmente superestimulado? Se você sente que tem muitas tarefas e demandas ao mesmo tempo (e quem não tem?) mas ainda consegue lidar com elas, provavelmente está apenas sobrecarregado. Agora, se sua reação for quase um colapso - uma paralisia, ataque de pânico ou até mesmo uma explosão emocional -, então pode ser que você esteja passando por uma sobrecarga sensorial. E se isso acontece com frequência, existem algumas estratégias que podem ajudar: encontrar, por exemplo, um lugar tranquilo para se acalmar pode ser uma boa saída. Deitar na cama por alguns minutos também vale, abraçar um travesseiro ou mesmo sentir um aroma relaxante, como um óleo essencial. Mas, se isso for algo recorrente, que atrapalha o dia a dia, buscar ajuda profissional pode fazer toda a diferença. Estamos juntos.
Umas somem, outras permanecem: c’est la vie! / Créditos: Reprodução Instagram
Foi-se o tempo em que as lojas de departamento dominaram o mercado norte-americano. Várias delas fecharam as portas, entre elas a mítica Barney’s. Outras enfrentam ainda muitos problemas para continuar operando - já tentaram de tudo para atrair consumidores, como diminuir os espaços, a apostarem no luxo, em fast fashion, mas, aparentemente, nada disso adiantou... Department stores passaram a ser vistas como obsoletas nos últimos tempos. Mas, apesar dos pesares, uma das mais famosas francesas, a Printemps, tem certeza que com o charme e o savoir-faire parisiense para a moda, vai conseguir o que os varejistas locais não conseguem mais: atrair e fidelizar clientes. A ideia é investir em pop-ups, eventos especiais, balcões de serviços, como no caso de ajustes de roupas dentro das lojas. Em entrevista a BOF, a famosa Business of Fashion, a CEO para a América, Laura Lendrum, garantiu que eles se interessam mais no tempo em que os clientes passam dentro do loja… Ou seja, os franceses querem ensinar aos norte-americanos que a Printemps não é apenas uma loja de departamento, mas sim, um projeto de hospitalidade. Interessante como ponto de vista, mas resta saber como isso vai funcionar já que as não menos famosas Galeries Lafayette também abriram em Nova York décadas atrás, sem sucesso.
Ilustração: Maria Eugenia
Quem nunca teve vontade de largar tudo e sumir? Pois saiba que no Japão já é possível contratar um serviço para que isso aconteça. Todo ano, milhares de pessoas simplesmente desaparecem por lá, sem deixar rastros. Elas cortam qualquer contato com o passado e recomeçam a vida do zero. Elas são conhecidas como "johatsu", ou "os evaporados". Os motivos para desaparecer são variados: um casamento que foi por água abaixo, dívidas que viraram uma bola de neve ou até mesmo problemas com a máfia. O Japão tem uma sociedade bastante rígida, e errar pode trazer uma carga de vergonha difícil de administrar. Então, em vez de encarar a humilhação, algumas pessoas simplesmente... desaparecem. Existem até empresas especializadas, conhecidas como "yonige-ya" (algo como "lojas de fuga noturna"), que ajudam nesse processo. Elas oferecem desde mudanças sigilosas a novos endereços e até mesmo outros documentos. O serviço não é barato e essas pessoas se escondem em bairros considerados mais "invisíveis", onde moradores de rua e trabalhadores informais vivem à margem da sociedade. Outras começam do zero em outra cidade, assumindo uma nova identidade, se misturando à multidão. Claro, há também o outro lado da moeda: os detetives particulares. Por lá, existe um mercado movimentado de investigadores que se especializam em rastrear os johatsu. Famílias desesperadas pagam quantias consideráveis para tentar encontrar seus entes desaparecidos. Mesmo evaporando, essas pessoas nunca deixam de existir - elas apenas escolhem reescrever suas histórias longe dos olhos do mundo. Coisa de novela…
Vida em movimento / Créditos: Adobe Stock
Londres está ficando grisalha mais rápido do que o resto da Inglaterra. E aquela ideia de se aposentar e viver no campo ou em uma casinha à beira-mar deu lugar a algo bem mais urbano: os mais velhos estão preferindo continuar na cidade. E faz um certo sentido: Londres tem cultura de sobra, transporte público gratuito para quem passou dos 60 e ainda é um lugar bastante seguro. Sem contar que muitos desses cidadãos já têm casa própria, e podem escapar dos preços absurdos dos aluguéis, o que é considerado um privilégio. Enquanto isso, os jovens estão sumindo: a taxa de natalidade despencou, escolas estão fechando e a pandemia empurrou muita gente para fora da cidade - e nem todo mundo voltou. O home office acabou com vários empregos no varejo e na hotelaria, e os imigrantes estão optando por cidades mais baratas, principalmente depois do Brexit. No fim das contas, Londres pode até perder um pouco da sua energia jovem, mas os aposentados não estão nem aí: eles seguem firmes, aproveitando a vida, os museus e, claro, o transporte grátis. Sorte deles.
Ilustração: Maria Eugenia
Pode esquecer o pijama: especialistas garantem que dormir pelado, como viemos ao mundo, é um jeito simples de melhorar a saúde e a qualidade do sono. Sem roupas, o corpo regula melhor a temperatura, ajudando a resfriar naturalmente e alcançar fases mais profundas do sono. E não é só isso: essa queda de temperatura também pode acelerar o metabolismo: estudos mostram que dormir em um ambiente mais frio aumenta a produção de gordura marrom, que queima calorias para gerar calor. A pele também agradece: sem tecidos abafando, ela respira melhor, reduzindo irritações e mantendo a hidratação natural. E para continuar no tema, dormir sem roupa também pode ser ótimo para as regiões íntimas: no caso das mulheres, reduz o acúmulo de umidade e ajuda a prevenir infecções por fungos e bactérias. Para os homens, mantém a temperatura ideal dos testículos, o que melhora a qualidade dos espermatozoides. E tem mais: a liberdade de dormir sem roupa pode diminuir os níveis de estresse e ansiedade, além de reduzir a quantidade de roupa pra lavar, certo? Sem contar que isso pode fortalecer a relação com nosso próprio corpo: pesquisas mostram que quem dorme sem roupa tende a se sentir mais confiante. E se a gente costuma dividir a cama com alguém, essa pode ser uma ótima forma de fortalecer o vínculo. O contato pele com pele libera ocitocina, o famoso “hormônio do amor”, que aproxima o casal física e emocionalmente. Um estudo mostrou que 72% dos casais que dormem pelados disseram que sim, isso melhora a intimidade. Ou seja, além de ser confortável, gostoso, dormir nu pode trazer vários benefícios. Testando em 3, 2, 1!
Créditos: Divulgação / Reprodução Instagram
Teve final de Carnaval, teve cerimônia do Oscar e o Brasil ganhou, teve de tudo um pouco: e agora tem a rotina, o foco, o dia a dia. Os meus escolhidos desta semana no Iguatemi vão ajudar nessa tarefa de retomada. Vamos juntos?
Obra ao fundo do norte-americano Norman Rockwell, de 1958
![]() 1 - Com esse tênis da Gucci, fica mais fácil acertar o passo | ![]() 2 - Essa dupla da Osklen facilita a gente a enfrentar as tarefas - afinal, elegância sempre é fundamental |
![]() 3 - O café será muito útil nesse momento e com essa caneca térmica da Nespresso, o que é bom fica melhor | ![]() 4 - O novo aroma Eucalyptus da Le Labo vai ajudar a tornar tudo em volta mais leve: basta respirar fundo |
5 - E por favor, cuidar da alma e do espírito nesse momento se faz necessário: na livraria da Travessa encontrei esses dois livros que podem ajudar a ampliar os horizontes: a autora é Socorro Acioli e recomendo!
Créditos: Joyce Pascowitch / Reprodução Instagram / Divulgação
Acompanhei de longe o Carnaval na Bahia e no Rio e foi bastante esquisito: bom estar aqui, mas bom também se estivesse lá
Assisti também, é claro, a entrega do Oscar e me emocionei junto com o país inteiro - quanta emoção!
Vi que a Bottega Veneta chamou Patti Smith para cantar no lançamento da sua coleção em Milão
Não acreditei que Harry Styles estava em Tokyo correndo a maratona
Descobri também que aqui no Japão quem não fuma tem direito a mais dias de férias: um belo prêmio
Amei a homenagem que Isabela Rosselini fez em Los Angeles usando um vestido de veludo azul na entrega do Oscar em homenagem ao filme “Blue Velvet”, dirigido por seu então marido David Lynch
Gostei demais de um post de Paula Lavigne dizendo que enquanto o mundo estava brigando, o Carnaval rolava solto na Bahia, com todo mundo feliz de um jeito ou de outro - e que o Brasil tinha muito a ensinar
Conheci finalmente a ilha de Naoshima com suas instalações de arte e o incrível museu de Teshima, na ilha ao lado
Percebi que não estarei presente no lançamento do livro de Martha Nowill, “Coisas Importantes Também Serão Esquecidas” - quero muito ler
Recebi um convite muito especial para a festa de Carnaval que Netto Moreira vai comandar no Hotel Fairmont, no Rio, sexta-feira antes do desfile das campeãs
Fiz um passeio solitário no chamado Caminho do Filósofo, uma trilha linda em Kyoto
Vivi uma experiência maravilhosa num onsen privativo no The Mitsui Kyoto Hotel Kyoto: trata-se de um banho de água quente natural saída debaixo da terra de uma fonte exclusiva - foram 60 minutos de sonho
Entendi totalmente porque as rainhas de bateria Mayara Lima e Paolla Oliveira enlouquecem as arquibancadas na Sapucaí: elas são realmente as maiores!
Celebrei que a Louis Vuitton vai lançar uma linha de make up e chamou a especialista Pat McGrath para ser responsável pela criação
Comi um shabu shabu delicioso com kobe beef e tudo o mais
Me deliciei no café da manhã com grapefruit, que amo, e melões que aqui no Japão são preciosos
Visitei jardins japoneses maravilhosos, cada um com seu encanto
Fiquei emocionada com alguns dos motoristas de táxi que peguei em Kyoto: alguns muito especiais
Comprei um KitKat de matchá na estação de trem
Tomei pela segunda vez nesta temporada um trem errado, mas, por sorte, cheguei no destino que eu precisava: ah, Japão…