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Não adianta vir falar que esse ano parece que passou rápido demais: todos os anos passam rápido demais, com essa vida aloprada que a gente está vivendo. A sensação de não ter tempo pra nada, a sensação de perder tempo com coisas que não valem tanto a pena. Planos de mudança? Vontade de ser melhor, ajudar mais o outro, se preocupar com o que realmente é necessário? Tudo isso é muito bem-vindo. Vamos nessa. Mas tem também a tal palavra do ano, que todo mundo escolhe, algo que demonstre o sentimento do ano que passou: a minha foi pertencimento. Pretendo escrever sobre isto ainda nos próximos dias e provavelmente você vai receber esse texto na sua caixa de mensagens: o que pertencimento significa para mim. No mais, gostaria de agradecer muito por você ter estado comigo durante este ano inteiro: fazer esta newsletter, a Caixa Postal, me traz um prazer enorme, e saber que você está lendo e aproveitando, é minha felicidade. Um 2025 iluminado é o que eu desejo.

Ela virou ícone!

Quem diria que a Princesa Anne, de 74 anos, conhecida por seu jeito nada charmoso de se vestir e se mostrar, se tornaria um ícone de estilo da Geração Z? E olha que essa competição não é fácil, nem na família real, se pensarmos por exemplo em Kate Middleton. Pois é, mas essa geração tem características próprias e a princesa, conhecida por seu estilo prático e sem frescuras, conquistou os jovens com seu “jeitão” e um guarda-roupa que grita sustentabilidade e autenticidade.

A aprovação do mundo da moda veio recentemente, quando a designer Silvia Fendi revelou que a princesa estava no mood board da coleção masculina de outono/inverno 2025 da Fendi, com modelos desfilando em trench coats, jaquetas de tweed e botas de borracha. O charme de Anne começou com suas escolhas mais casuais –chapéus bucket e óculos esportivos Adidas –, mas foi seu estilo campestre-chic que imperou. Pense em jaquetas Barbour - que é resistente à chuva e usado no campo - botas de montaria e lenços de seda, tudo com uma vibe retrô que combina bem com o gosto da Geração Z por peças vintage e únicas.

E sabe o que torna Anne tão relevante? Seus três pilares de estilo: ela reutiliza e reforma roupas de cinco décadas atrás, prioriza comprar de marcas locais e sustentáveis, como os casacos da Shibumi e as peças Paisley da Cotswold Collections. No fim das contas, a princesa não apenas virou uma inspiração, mas também um exemplo de consumo consciente. Em tempos de fast fashion, ela mostra que ter estilo é, acima de tudo, saber valorizar o que se tem – e isso nunca sai de moda.

Que moda é essa ?

Imagina começar o ano abandonando o seu trabalho? Pois é exatamente isso que algumas suecas têm feito… A tendência “soft girl”, que tem inundado as redes sociais, em que mulheres jovens largam o trabalho pra viver como donas de casa, sustentadas pelos parceiros. E está ficando popular até entre as meninas: a pesquisa Ungdomsbarometern - o maior levantamento anual sobre jovens na Suécia - mostrou que adolescentes e jovens, entre 15 e 24 anos, apontaram o "soft girl" como uma moda emergente. Este ano, 14% das meninas de 7 a 14 anos disseram gostar dessa tendência.

Apesar de parecer uma escolha tranquila, isso levanta sérios alertas: feministas veem como um retrocesso na luta pela igualdade, já que mulheres perdem autonomia financeira e podem ficar vulneráveis. Além disso, esse caminho parece ser reflexo de uma geração esgotada. Trabalhar, cuidar da casa, dos filhos, tudo isso é uma carga que pesa demais pra elas, mesmo num país super progressista como a Suécia. Sem contar que as redes sociais estão pintando essa vida tranquila como um “conto de fadas”, onde tudo parece perfeito para quem está do outro lado da tela. Mas nós, mulheres, sabemos muito bem a importância da independência financeira. Fica aqui o alerta.

LUZ, CÂMERA, PASSARELA

As agências de talentos estão mudando um pouco o foco dos seus negócios - pelo menos é o que está acontecendo em Hollywood, quando elas também passaram a agenciar estilistas renomados. A United Talent Agency (UTA), por exemplo, que representa Timothée Chalamet, assinou contrato com Jonathan Anderson, um dos mais hypes do mundo nesse momento, diretor criativo da Loewe e fundador da sua própria marca, JW Anderson, logo após ele desenhar o figurino do filme “Queer”, de Luca Guadagnino. Outro contratado da UTA é Ricardo Tisci, ex-designer da Burberry e Givenchy. Agências como a Creative Artists Agency (CAA) e a WME também estão explorando a conexão com o mundo da moda. Nos últimos anos, além de atores e cantores famosos, essas empresas passaram a representar estrelas do esporte e influenciadores digitais, muito por conta das redes sociais, que alterou bastante o mercado da informação. Os estilistas até então não entravam nesse mercado, porque historicamente ficavam restritos aos bastidores das passarelas. Agora, com a democratização da moda, em partes, por conta do conteúdo amplamente gerado pelas marcas, essa categoria também está chamando a atenção das agências.

Bom pra cachorro

Voar pode ser uma experiência aterrorizante para animais de estimação, mas também para os tutores, que estão cansados de ouvir histórias de voos malsucedidos. Com o aumento no número de pets – só no Brasil, eles somam mais de 150 milhões – e um mercado em plena expansão, com creches, pet shops, hotel, chegou a vez de uma companhia aérea de luxo exclusiva para cães: a Bark Air está operando voos de Nova York a Los Angeles e também tem itinerários internacionais, saindo de Londres e Paris para Nova York. Os preços oscilam entre 6 a 8 mil dólares, o que cobre a passagem do animal e de um acompanhante. No dia da viagem, é preciso chegar ao aeroporto com 45 minutos de antecedência para um check-in simplificado. Nada de filas estressantes ou gaiolas, apenas a recepção por parte dos tripulantes para ajudar na socialização antes mesmo do embarque. A Bark Air voa em um Gulfstream G5s e a cabine é preparada para trazer tranquilidade aos bichinhos: tem música, brinquedos, toalhas aquecidas com cheiro de lavanda e petiscos de sobra, é claro.