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Naturalmente / Créditos: Joyce Pascowitch
Não é apenas muito bom, mas, na minha opinião, fundamental começar o ano com alguma atividade ou algum movimento diferente, uma nova possibilidade. Foi justamente o que aconteceu comigo nessa última segunda-feira quando participei de uma aula sobre plantas e cogumelos no espaço da Superbacana +, de Vivian Leite. Quem deu a aula foi o especialista Jorge Ferreira, @jorgeforager no Instagram - já apresentamos ele aqui na nossa Caixa Postal algumas semanas atrás. Ele mora em Paraty, é um especialista nesses temas das plantas, das árvores, da terra e tem um olhar muito especial sobre o mundo, sobre a vida. Acho que tinha aproximadamente 50 pessoas na sala, das quais eu conhecia parte, todas com perguntas interessantes, todas nessa vibração saudável de querer preservar o que temos de melhor e tentar entender um pouco mais do que somos feitos e como poderíamos viver. Foi uma noite muito especial, onde senti que mais uma vez eu estava no lugar certo, fazendo parte de um movimento que admiro muito e do qual faço questão de participar. E assim começou de verdade o meu ano…
Uma viagem de verdade / Créditos: Reprodução Instagram
E se viajar fosse bem mais do que tirar fotos e conhecer pontos turísticos? E se fosse uma chance de entender o mundo de verdade e até ajudar a construir tempos melhores? É nisso que apostam empresas como a norte-americana Mejdi Tours e a inglesa Pomegranate Travel, que criam viagens que não apenas mostram lugares incríveis, mas também promovem o encontro entre culturas e perspectivas diferentes. A ideia da Mejdi Tours surgiu quando um palestino de Jerusalém percebeu que seu amigo judeu dos Estados Unidos visitou Israel inteiro sem ter contato com nenhum muçulmano ou árabe. Isso o fez pensar: como alguém pode entender o conflito se só escuta um lado da história? Assim nasceu o conceito de "narrativa dupla": cada grupo de turistas tem dois guias locais, um de cada lado de um conflito, para contar suas versões dos fatos e incentivar o diálogo. A empresa já oferece viagens para o Uzbequistão, África do Sul, Emirados Árabes e os Bálcãs, com roteiros que incluem encontros com pessoas que vivem os conflitos na pele, além de passeios culturais como feiras de especiarias, mesquitas, igrejas e até degustação de vinhos. Por sua vez, a Pomegranate Travel, quer mostrar como diferentes culturas podem se conectar, levando grupos a destinos como Marrocos, Arábia Saudita e Ruanda. No final das contas, o que eles defendem é simples: viajar pode transformar qualquer um em "cidadão-diplomata". Explicando melhor: ao conhecer outras realidades, os turistas não só entendem melhor os conflitos, mas também voltam para casa com novas histórias para contar — e, quem sabe, com menos preconceitos na bagagem.
Ilustração: Maria Eugenia
Essa onda é realmente nova: investidores de risco e startups resolveram apostar no mais novo fenômeno da mídia chinesa: novelas curtas – ou melhor, curtíssimas – com duração de 60 a 90 segundos. Bem diferente dos vídeos do TikTok, que normalmente envolvem reprodução de trends, imitação com sincronização labial, as micro-novelas são feitas com produção profissional e envolve atores, cinegrafistas, maquiadores: uma equipe completa. As narrativas são construídas com cerca de 50 episódios, que sempre terminam com momentos claros de suspense, aquela expectativa de que haverá continuação, o famoso clímax, que é para engajar mais e arrebanhar mais seguidores. Os telespectadores adoraram a novidade e o mercado publicitário também: o investimento em publicidade já aumentou 35%, o equivalente a 6,91 bilhões de dólares e superou a bilheteria do cinema chinês. Nos Estados Unidos, a ReelShort está adaptando histórias chinesas, com uma pegada romântica e fantasiosa, só que com atores norte-americanos. Com o mercado de mídia caminhando para a criação de conteúdos cada vez mais curtos, o trunfo dessas empresas é justamente garantir que o filme seja assistido até o fim. Mais uma prova de que as novelas mais tradicionais estão com os dias contados…
Aos poucos, por favor / Crédito: Adobe Stock
É fato que no mundo todo existe uma onda saudando quem deixa de consumir bebidas alcoólicas. Mas também quase todo mundo acredita que beber uma taça de vinho tinto todas as noites faz bem para a saúde, ao contrário do que arriscar algumas doses de tequila no fim de semana. Pesquisas sobre os benefícios do antioxidante encontrado nas uvas, o resveratrol, facilitaram essa boa fama. Acontece que estudos posteriores mostraram que: 1) é preciso consumir uma quantidade absurda da bebida para obter efeitos positivos e 2) cientistas concordam que não há quantidade segura de consumo de álcool, ou seja, uma taça ou uma garrafa podem ter o mesmo efeito, a depender de quem consome. A indicação dos especialistas norte-americanos, hoje em dia, é que mulheres limitem a ingestão alcoólica em um drink e os homens em dois drinks. Os pesquisadores consideram comportamento de alto risco quando elas bebem mais do que quatro doses em um curto período de tempo - e eles cinco. O melhor dos cenários seria que essa quantidade fosse ingerida ao longo da semana para que o corpo tivesse mais tempo para metabolizar o álcool. Agora pode anotar essas dicas aí: beber menos e pausadamente é muito mais seguro. Além disso, é melhor consumir bebidas junto com a comida - nem pensar em beber com o estômago vazio, certo? Ah, e claro, sempre bom acompanhar com um copo d’água. Estamos combinados?
Ilustração: Maria Eugenia
Todo mundo sabe, não é? No Japão, inovação não tem limites – nem quando se trata de enxugar lágrimas… Por lá, é possível contratar um "profissional do lenço", que nada mais é do que um homem charmoso que assiste a filmes emocionantes ao lado de quem o contratou, com toda a delicadeza do mundo, secando até as lágrimas, se for o caso. Parece coisa de filme - mas não é… Essa é só mais uma das ideias criativas japonesas para oferecer conforto e companhia de um jeito diferente. Esses serviços fazem parte de uma tendência maior no país, que busca novas formas de apoio emocional e experiências terapêuticas nada convencionais. Ou seja, enquanto em outros lugares a gente recorre a um pote de sorvete e a um amigo para desabafar, no Japão, existe a possibilidade de simplesmente contratar um especialista em momentos mais sensíveis. Sinceramente…
De volta à baila / Crédito: Reprodução Instagram
Sabe aquela história de que ninguém mais lê livros físicos? Pois é, o TikTok tem provado que isso não é bem verdade. O BookTok, a comunidade de leitores da plataforma, virou uma verdadeira máquina de best-sellers e está ajudando até livrarias tradicionais norte-americanas a crescer de novo. Tudo começou quando editoras perceberam que os livros que bombavam na rede acabavam aparecendo nas listas de mais vendidos. E não eram só lançamentos: muitos títulos antigos ganharam uma nova vida graças aos vídeos emocionados de leitores internautas recomendando suas histórias favoritas. Como se sabe, o sucesso impactou até livros brasileiros: “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, teve um boom de buscas nos Estados Unidos depois da influenciadora Courtney Henning Novak fazer um vídeo contando que esse tinha virado seu livro favorito. As livrarias também sacaram essa tendência: a Barnes & Nobles, por exemplo, começou a criar seções especiais para os livros que fazem sucesso no TikTok e viu assim as vendas dispararem. O resultado? A rede vai abrir mais de 60 novas lojas em 2025. No fim das contas, a lição é clara: o TikTok mostrou que livros não perderam seu charme. Só precisavam de uma nova forma para chegar até os leitores. E, pelo visto, a plataforma virou a melhor prateleira virtual do momento.
Crédito: Edouard Fraipont
Filipe Assis é consultor de arte e fundador da plataforma Aberto, que funciona como uma exposição fora do circuito tradicional e mescla arte, arquitetura e design, em locais inusitados: casas projetadas por arquitetos reconhecidos, como Oscar Niemeyer e Vilanova Artigas, e casas onde moraram Tomie Ohtake e Chu Ming Silveira. O projeto está indo para a 4ª edição, desta vez em Paris, aproveitando o ano do Brasil na França. Tanto nesta quanto nas Abertos anteriores, além de visitar o espaço – que são obras em si – e a curadoria feita em parceria com Kiki Mazzucchelli e Claudia Moreira Salles, alguns dos trabalhos também estão à venda.
1- Como surgiu a ideia da ABERTO?
Eu sempre fui apaixonado por arte, design e arquitetura, então foi natural combinar essas três disciplinas. Eu já tinha trabalhado em incorporadoras imobiliárias e ficava muito triste vendo essas joias sendo destruídas. Durante o mestrado na Sotheby’s Institute of Art, em Londres, pensei o que eu poderia fazer para combinar essas três frentes, algo funcional que pudesse de alguma forma preservar esse legado brasileiro. Daí surgiu a Aberto.
2. A primeira edição aconteceu em projeto residencial de Oscar Niemeyer. Depois de Vilanova Artigas, e nas casas de Tomie Ohtake e de Chu Ming. Como se deram essas escolhas?
A ideia da Aberto, além de fazer esse diálogo entre as três áreas, é contar um pouco da história da arquitetura brasileira. Niemeyer representa a escola carioca, Vilanova a paulista, e a Aberto 3, nas casas da Tomie - que foi projetada por seu filho, Ruy - e da Chu Ming, podemos falar que são imigrantes que deixaram um legado enorme para a cidade. Não só elas, mas os filhos também, que foram figuras muito importantes também para essa área.
3. O que a edição 4, em Paris, tem em comum com as edições anteriores, todas brasileiras?
Desde a primeira edição, a Aberto tem esse caráter itinerante. Sempre tive o desejo de ir para outras cidades, mas tivemos excelentes oportunidades em São Paulo. Paris foi natural, já que, além de aproveitar o Ano do Brasil na França, o arquiteto Le Corbusier tem uma história de mais de cinco décadas com o Brasil, era muito amigo e fez trabalhos incríveis com Niemeyer e Lúcio Costa. Estou superanimado e com a expectativa de que essa edição cumpra o propósito de difundir arte, design e arquitetura brasileiros para o mundo.
Créditos: Joyce Pascowitch / Reprodução Instagram / Divulgação
Finalmente voltei pra vida real no dia a dia em São Paulo
Fui na consulta de minha médica do esporte e descobrimos felizes que perdi um quilo de gordura e ganhei um quilo de massa magra nos últimos 50 dias
Comi um bolo de milho maravilhoso na Fornada, pra comemorar que eu tinha emagrecido e estava mais saudável
Participei do vernissage de uma mostra cheia de humor com objetos recolhidos mundo afora pelo arquiteto Isay Weinfeld
Recebi em casa a especialista em comportamento animal Fernanda Torello que veio dar uma geral nos meus três peludos: ela é excepcional!
Desembarquei na Soho House para um jantar da Caudalie sobre o hidratante Premier Cru
Me diverti com os novos acessórios criados por Pharrell Williams para Louis Vuitton em formato de guioza, aquele pastel japonês
Não consegui participar do encontro regado a cinema e arte na casa de Maguy Etlin, organizado por Nanda Cunha e Dedé Ramenzoni, da Pade D: senti muito
Aplaudi a presença de Paolla Oliveira toda boazuda e plena nos ensaios da Grande Rio
Assisti BabyGirl com a maravilhosa Nicole Kidman - apesar das polêmicas, gostei muito de ver uma CEO humana e cheia de fragilidades - e não como uma super mulher, infalível
Gostei demais da nova coleção de inverno Farm com os cenários de sonho criados por Ana Arietti
Passei horas e horas organizando minhas parcerias para este ano: como é bom ter junto gente que acredita no nosso trabalho
Fiquei encantada com os novos puxadores criados por Julia Gastin, que faz bijuterias e objetos maravilhosos com toque bem Brasil
Fui dar um trato nos cabelos que precisavam muito com Mauro Freire
Engrossei as reclamações coletivas sobre o calor reinante por todo lado
Aplaudi mais uma vez o trabalho do designer brasileiro Brunno Jahara, desta vez em uma coleção batizada de Arketipos com cadeiras e bancos feitos de junco, maravilhosos
Acompanhei pelas redes sociais o lançamento do novo trabalho de Seu Jorge: muita música boa na parada
Fiquei revoltada com mais uma morte estúpida num assalto: a do ciclista e esportista Vitor Medrado, numa das ruas mais movimentadas perto do Parque do Povo, em São Paulo - que tragédia