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Passos coreografados, encontros cabeça e um atalho para o sucesso: temos!

Tempo de leitura: 15 minutos

Créditos: Joyce Pascowitch

Nesta quarta-feira, começou aquela temporada que eu amo nesta cidade: a da SP-Arte. Fui logo pela manhã, antes mesmo de abrir, a convite do Iguatemi. Fomos divididos, os convidados felizardos, em grupos de aproximadamente 10 pessoas, cada um com um curador para nos explicar alguns highlights da mostra. Cada vez mais eu gosto desse universo da arte, da cultura, da manifestação - cada vez mais eu me sinto inserida e cada vez mais eu sinto o prazer de pertencer. Vi obras de artistas consagrados, conheci novos expoentes, gostei da amplitude e da abrangência incluindo design e até flores. Fiquei impactada com o espaço da Vivo, cujo tema era sustentabilidade - foi um bálsamo: uma experiência que, ao mesmo tempo, nos alertava sobre a responsabilidade coletiva na preservação da natureza, e nos levava a uma imersão em narrativas de diferentes povos indígenas, um equilíbrio entre forças ancestrais e o mundo terreno. Arte, inclusão, natureza: isso nos dá força para seguir adiante. Vamos?

O clube das mulheres-cabeça / Créditos: Reprodução Instagram

CORPO E ALMA

Pode sonhar? Pois então, agora nesse momento eu gostaria de estar em Milão para participar do Clube do Livro da Miu Miu, edição de 2025. O tema já diz tudo: “A Educação da Mulher”. E a ideia é discutir a equidade de gênero em um evento de dois dias, no Circolo Filológico, um centro cultural que oferece cursos e eventos. Mas não é só sobre o feminino: o encontro também explora os temas da infância, amor e educação sexual por meio das obras de duas mestres literárias internacionais, Simone de Beauvoir e a escritora feminista Fumiko Enchi, que representa no Japão o que Beauvoir representa na França. No dia 9 de abril, a conversa vai ser sobre o livro “The Power of Girlhood”, de Simone de Beauvoir e depois rola conversa, apresentações de música ao vivo e leituras de prosa e poesia - simplesmente tudo que eu amo, e principalmente patrocinada por essa marca-desejo tão antenada com o século XXI. Já no dia 10, o papo vai ser sobre a obra de Fumiko Enchi, “About Love, Sex and Desire”. A ideia da marca queridinha de Miuccia Prada e a preferida das antenadas do mundo todo é aprofundar ainda mais o relacionamento contínuo com a cultura contemporânea. A curadoria do evento ficará por conta da escritora e pesquisadora de cultura, língua e literatura italiana Olga Campofreda. O único senão é que infelizmente eu não estarei em Milão…

Ilustração: Maria Eugenia

CONFLITO DE INTERESSES?

Já era de se esperar: parece que cada vez mais as mulheres norte-americanas estão dizendo adeus para a ideia de casar - e não por falta de vontade, mas sim por falta de opção que valha a pena.

Dados recentes apontam que mais da metade das mulheres entre 18 e 40 anos nos Estados Unidos estão solteiras, e muitas delas nem estão mais procurando um par. Em 2023, só 34% das mulheres solteiras disseram estar em busca de um romance, contra 54% dos homens - e esse número vem caindo. A explicação? A conta simplesmente não fecha: elas estão estudando mais, ganhando mais, comprando casas sozinhas e priorizando carreira e amizades. E do outro lado, muitos homens não estão acompanhando esse ritmo - especialmente os que não têm ensino superior. Daí que as taxas de casamento entre eles estão despencando. Muitas mulheres preferem ficar sozinhas a se relacionar com alguém que não contribui à altura. Essa decisão também tem a ver com diferenças de visões, já que o abismo político entre homens e mulheres nunca foi tão grande: em 2024, 39% das mulheres entre 18 e 29 anos se identificavam como liberais, contra 25% dos homens – e isso tem se tornado uma tendência global. Mesmo levando em consideração que casais acabam formando patrimônios bem maiores que os solteiros, as mulheres estão optando pela solteirice, que para elas tem se mostrado sinônimo de paz de espírito, autonomia financeira e liberdade. Pois é…

Quem quer ser um milionário?/ Créditos: Reprodução Instagram

UM NEGÓCIO DE MILHÕES

Christopher Rim: alguém aí já ouviu falar nesse nome? Pois é esse rapaz que está por trás de um dos negócios mais lucrativos (e exclusivos) do momento, quando o assunto é educação de elite. Aos 29 anos, ele lidera a Command Education, uma empresa que ajuda os filhos de bilionários a entrar em universidades como Yale, Harvard e MIT. O preço desse tipo de consultoria pode chegar até 750 mil dólares. De onde ele surgiu? A história é interessante, justamente porque começou de forma bem pessoal: Rim não era o melhor aluno da escola e tinha notas consideradas bem medianas. Mas ele conseguiu entrar em Yale, graças aos projetos extracurriculares — entre eles, um trabalho contra o bullying e sua participação na fundação de Lady Gaga, a Born This Way. Tudo isso chamou tanta atenção que seus colegas começaram a pedir ajuda dele para escrever seus trabalhos na faculdade. No início, Rim cobrava 50 dólares por hora... e hoje fatura mais de 20 milhões de dólares por ano. O sucesso foi tanto que até um cliente bilionário o aconselhou a aumentar seu preço - e ele, espertamente, seguiu o conselho. Hoje, um pacote completo de seus serviços pode chegar aos 750 mil dólares, com tutoria ilimitada para exames e acompanhamento de um time de 42 profissionais, muitos deles recém-formados, que funcionam como mentores mais velhos. A estratégia da Command Education é transformar cada aluno em um "case de impacto" com a criação de uma narrativa autêntica, atividades extracurriculares alinhadas com a área de interesse e até canais de YouTube, como no caso de uma aluna, fã de cuidados com a beleza, que viralizou nas redes sociais testando produtos de skincare - e com isso conseguiu uma vaga na Universidade da Pensilvânia. Apesar de ser um serviço voltado à elite (e com clientes que incluem até presidentes de países), cerca de 5% dos estudantes são atendidos de forma pro bono. Taí: gostei.

Ilustração: Maria Eugenia

UMA QUESTÃO PARA RESOLVER

De acordo com um estudo de 2020, publicado na revista científica norte-americana, Biblioteca Nacional de Medicina, as doenças autoimunes afetam muito mais as mulheres, representando quase 80% dos casos. Elas - ou nós? - também estão entre as que são mais afetadas por ansiedade, estresse pós-traumático e anorexia. Como as mulheres são educadas e condicionadas socialmente para serem “cuidadoras”, “maternais”, “heroínas”, elas acabam engolindo e silenciando também a raiva – que é vista normalmente como uma emoção masculina, mesmo que seja experienciada por todos os seres humanos. A pergunta que fica é: será que o corpo feminino que não consegue se expressar acaba manifestando mais essas doenças? Alguns especialistas, como a endocrinologista norte-americana Jolene Brighten, acreditam que reprimir emoções, especialmente a raiva, tem sido associado ao aumento do estresse, à disfunção do sistema imunológico e à inflamação crônica. Eles também citam pesquisas que afirmam que reprimir sentimentos explosivos ativaria o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), podendo levar a disfunções no sistema imunológico e desencadear condições como artrite reumatoide, lúpus e esclerose múltipla. Atenção, meninas, vamos resolver essa questão? Bora processar essa raiva de outra maneira?

Passos e compassos: seria isso uma terapia?/ Créditos: Reprodução Instagram

SÓ NO PASSINHO

Agora, no Japão, caminhar virou arte – e, pasme, um grande sucesso! Estou falando do Shudan Kōdō, ou “ação em grupo”, que nada mais é do que uma apresentação de passos sincronizada levada muito a sério. Pode parecer brincadeira de TikTok, mas essa prática rola há mais de 40 anos numa universidade perto de Tóquio, a Nippon Sports Science University - e virou uma verdadeira febre por lá. Imagina um grupo de estudantes se movendo com precisão milimétrica, tipo balé militar sem música, mas com bastante ritmo e concentração. Eles treinam durante quatro meses, três vezes por semana, duas horas por dia, tudo isso pra fazer parte de um espetáculo que atrai milhares de pessoas. E olha, não é só andar bonitinho não: tem passo pra frente, pra trás, cruzamento arriscado e até colisão de vez em quando. O desafio é tão mental quanto físico, porque tem que estar todo mundo completamente alinhado – e se não rolar comunicação, a sincronia vai pro brejo. O Shudan Kōdō começou como um método de desenvolver disciplina entre os alunos, mas hoje é praticamente uma coisa cult. A prática ficou tão em alta que não é preciso recrutar mais ninguém: os interessados aparecem por conta própria e acabam até virando celebridade local por causa de uma coreografia bem desempenhada. Japão sendo Japão…

Créditos: Divulgação / Reprodução Instagram / Adobe Stock

Desejos de consumo

Sonhar é necessário e ajuda a gente a se manter saudável. Sim, a vida também é sonho e por isso, na semana do meu aniversário, fui atrás no Iguatemi de alguns presentes que povoam meu imaginário. Que delícia!

Ao fundo, a obra de Wayne Thiebaud de 1971.
Chocolate Cake

1 - Com essa bolsa da Prada, posso viajar para qualquer lugar do mundo

2 - Ah, quem não fica totalmente encantado com um relógio desses da Cartier no pulso? Tem melhor maneira de celebrar uma data importante?

3 - Esse kaftan do Valentino vai me permitir circular por aí com aquele ar hippie chic que eu tanto gosto…

4 - O enorme carré de cashmere da Hermès, esse eu levo pra todos os lugares, em todas as temperaturas…

5 - Com esses tênis da Balenciaga vou me permitir nunca perder o passo: em São Paulo, Tóquio, Salvador
ou Atenas!

Crédito: Reprodução Instagram

3 perguntas para

Emilio Kalil - é daqueles nomes que quem circula pelo mundo da cultura certamente já ouviu - ou deveria ter ouvido - falar. Com uma bagagem cheia de projetos - para dança, teatro, bienais - e muito jogo de cintura, ele vem deixando sua marca nas artes brasileiras há décadas. Desde 2018, comanda a Fundação Iberê Camargo e, em 2024, assumiu um novo desafio: virou comissário-geral do Brasil para a temporada de Intercâmbio Cultural Brasil-França 2025. Ou seja, está por trás da ponte cultural gigante entre os dois países, levando literalmente o Brasil na mala, com arte, música, dança e todo o “sabor” brasileiro que a França ama.

1- Qual é o principal objetivo desse projeto?

A temporada foi criada em 2023 pelos presidentes francês, Emmanuel Macron, e brasileiro, Luís Inácio Lula da Silva, para comemorar os 200 anos da relação diplomática entre o Brasil e a França e para fazer uma programação cultural com três eixos principais: o meio ambiente, a democracia e a diversidade que permeia a relação do Brasil e da França com a África.

2. Como foi feita a curadoria?

A seleção de projetos foi feita em comum acordo com as instituições francesas, onde temos dança, teatro, manifestações públicas, acadêmicas, cinema, entre outros. E é muito variada: temos desde Seu Jorge, que abriu a temporada com um espetáculo superlotado em Paris, no Le Grand Rex, até por exemplo Anna Maria Maiolino, que ganhou um Leão de Ouro e está no Museu Picasso, assim como, um projeto chamado “África Diversa”, que narra um pouco desse histórico entre o Brasil e a África. É diverso, estamos em mais de 50 cidades na França.

3. Quais foram os principais desafios para montar toda essa programação?

Os desafios são múltiplos: começa pela própria viabilização dos projetos, que exige uma boa relação com as instituições francesas, uma boa relação com o governo brasileiro, que precisa ter interesse em manter isso funcionando. Tudo isso também exige recurso, tanto do lado de cá quanto do lado de lá. Todos e quaisquer projetos que estão acontecendo nesta temporada têm custos divididos entre o Brasil, a França e o proponente. Então é um quebra-cabeças muito complexo, mas está dando certo.

Créditos: Joyce Pascowitch / Reprodução Instagram / Divulgação

Essa Semana Eu…

Me emocionei demais com performance de Anna Maria Maiolino no vão livre do Masp

Acompanhei a performance de Luisa Arraes, Caio Blat e Babu Santana em Os Irmãos Karamázov, que assisti no Sesc Pompéia: belo demais 

Recebi em casa o novo livro de Tati Bernardi: claro que vou ler correndo “A Boba da Corte

Comemorei a notícia de que o Buffet França, que foi dos mais famosos de São Paulo instalado em um casarão na Avenida Angélica, volta agora em uma nova gestão em uma nova casa na rua Costa Carvalho, Pinheiros

Recebi um livro lindo com os trabalhos de Nina Pandolfo, que inaugura na próxima terça-feira uma mostra imersiva no shopping Higienópolis

Percebi que estou totalmente viciada em Beleza Fatal, novela no canal Max: o que dizer da performance de Camila Pitanga? Simplesmente maravilhosa

Experimentei pela primeira vez um doce levíssimo de yuzu, um tipo de limão japonês,  chamado yokan, criação de Telma Shiraishi, do Aizomê, na Japan House - que delícia sentir mais uma vez o gostinho do Japão, que saudades

Me peguei saboreando lentamente os capítulos finais de “The White Lotus” - que perfeição!

Soube que abriu em Nápoles  a primeira livraria emotiva,  onde os livros são separados por tipos de emoções que provocam - gostei

Claro que comecei a acompanhar Vale Tudo - amo novelas e estou amando essa

Participei de um almoço comandado por Alexandre Cymbalista para a apresentação das próximas viagens de sonhos da Latitudes

Fiquei triste que eu não estou em Milão para o Salone del Mobile, mostra de design e mobiliário, onde vai ser exibida pela primeira vez a parceria de Pedro Almodóvar com a Roche Bobois, entre outras maravilhas

Amei ver Jane Fonda estrelando a campanha dos tênis Golden Goose

Descobri que tem uma nova tendência de ocupar uma parede das casas apenas com um quadro bem pequeno, ao contrário de enchê-las com obras de todos os tamanhos - achei engraçado

Recebi o convite para o lançamento do novo livro “Isay Weinfeld Works”, na livraria Eiffel, sábado que vem

Fui conhecer o novo restaurante Maison Dodoma, criado por Fernando Tchalian para durar apenas um ano - o cardápio é de Thiago Tatini

Acompanhei de longe a abertura da mostra Adriana Varejão no Hispanic Society Museum, em Nova York, batizada de “Não Esqueça: Nós Viemos dos Trópicos

Soube que agora é Daniela Laloum e suas flores maravilhosas que vão ocupar o antigo espaço da loja Amoreira, em Pinheiros

Achei hilária a nova bolsa de macarrão da Moschino

Senti muito a morte do imortal Marcos Vilaça, meu amigo desde os anos 1990

Fiquei muito mexida com este vídeo da Vivo, que aborda o relacionamento tóxico que todos nós desenvolvemos com o celular: me fez refletir sobre o quanto estamos absortos em nossos smartphones e o quanto estamos perdendo as relações reais - sim, a tecnologia é excelente, mas deve ser usada para nos ajudar…ah, a trilha é de Olivia Rodrigo

Agora que Gilberto Gil está na estrada com sua turnê Tempo Rei, a hora foi perfeita para resgatar este vídeo onde ele canta em italiano o antigo hit “Io che non vivo senza te” , de Pino Donaggio, dividindo os microfones com Chiara Civello. Una meraviglia!

Ilustração: Maria Eugenia

DEGUSTADOR PROFISSIONAL? TEMOS!

Imagine transformar provar comida em profissão? Pois é, na Seara isso é realidade: os chamados Mestres Sensoriais são os grandes responsáveis por garantir que os mais de 700 produtos da marca cheguem ao mercado com qualidade impecável. Esses especialistas testam tudo que envolve o produto: da embalagem ao sabor, passando por textura e aroma. Rosane Souza, a mestre sensorial mais experiente da marca, conta que seu trabalho é praticamente como o de um consumidor profissional. Ela tem 25 anos de experiência e explica que essa função é fundamental para que o produto chegue perfeito ao cliente. Atualmente, Rosane está focada nos testes de linguiças para churrasco. Mais alguém aí já está com água na boca? O processo é intenso: os mestres avaliam a cor, suculência e até a crocância de um produto, o que exige atenção aos mínimos detalhes. E para formar novos Mestres Sensoriais, a Seara tem a sua própria Academia, onde mais de 370 profissionais já foram capacitados. Quem passa por lá aprende a usar todos os sentidos para testar os produtos. Prova desse trabalho tão necessário é que tudo que nós, consumidores, compramos, está sempre tão saboroso!

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